Maria José Rijo
Não sou princípio - Nem fim! -Sou um ponto no caminho- Daquela linha partida- Que vinha de Deus para mim!
Fui do mando da cidade
Jornal Linhas de Elvas
Nº 1.859 – 24 de Outubro de 1986
A La Minute
FUI DO MANDO DA CIDADE
Fui à feira!
Fui a Santarém – à Casa do Campino – onde ela está a decorrer
desde 18 de Outubro até 21 de Novembro, para quem a queira e possa visitar.
Bem organizada – pessoal correctíssimo, amável, eficiente.
Feira viva e colorida.
Há mostra de tudo!
Bordados, cestas, estanhos, cobres, latões, latas, barros, trapos, tecelagens,
brinquedos de madeira – dos antigos – articulados com guitas e arames –
pintados de cores berrantes, filigranas… e, a par com esta variedade incontável
de maneiras de utilizar os materiais, por mais pobres que sejam – em que a mão
do português é mestra e perita – está também Portugal do Sul ao Minho, a
compita – nas “Tasquinhas”.
“Dons Rodrigos” e outras
Quase se poderia almoçar só de perfumes e rematar com a
fragrância do “café Delta” – que também lá está
com presença de marca.
Mas… a tudo isto fui do vosso mandado e vos trago estas notícias.
Acompanhei as meninas funcionárias do Turismo em que a Câmara deliberou apostar para nos
representarem, com a cozinha de “A Nossa Gente”, estreada no S. Mateus.
Fui preocupada e esperançosa como a Avó que leva a neta ao baile. Voltei contente.
Vi a representação de Elvas apreciada, visitada com interesse e aprovação, louvada
até, algumas vezes – muitas vezes.
O Sr. Secretario de Estado, e demais entidades que fizeram a inauguração,
provaram com delicia as azeitonas que tão amavelmente a “Cooperativa agrícola do Caia”
ofereceu ao Turismo para propaganda da nossa terra, receberam o nosso cartão de visita e
falaram com respeitosa atenção com os nossos artesãos que para eles cantaram.
Trago “de lá” este recado para dar à cidade que mandatou o Presidente da Câmara
que assim nos orienta.
Fomos convidados – Elvas foi convidada especialmente – para estar
presente na “Feira da Agricultura 1987”.
Com esta missão cumprida ficamos a sonhar com a “Casa da Cultura”
a “Universidade Popular” e… outros “recados” que a cidade nos dá e que,
se em verdade tiram à Câmara o descanso, lhe dão a força que há outras pessoas
que, como ela, se empenham a desejar que se cumpram programas sonhados e, se
sonhem programas para cumprir.
Maria José Rijo
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A VERDADE DOS MITOS
Jornal Linhas de Elvas
Nº 1.861 – 7 de Novembro de 1986
A La Minute
A VERDADE DOS MITOS
Uma das minhas histórias
preferidas, quando era criança, contava a vida de uma princesa, que em todos os
momentos de pavor que tinha que suportar, ao atravessar a floresta de cobre, de
prata e de ferro – sempre defendidas por horríveis dragões que vomitavam chamas
– se via “in extremis” – salva miraculosamente, porque nascera com uma
estrelinha de oiro na testa.
Nas histórias antigas, as meninas princesas boas, eram de beleza idílica e
bondade sem mácula e sofriam tratos de polé pela inveja de madrastas,
que eram sempre feias e más, pavorosas como sustos!
Como as histórias eram tecidas de terrores, maldades e
generosidades de dimensões impensáveis, ficava-se a saber que todas estas
coisas eram mais antigas no mundo do que as próprias histórias, já que eram
estas que as narravam.
Claro que nestes contos
do maravilhoso, os milagres, quero dizer, os acontecimentos fora do comum,
sucediam aos bons e aos maus. Assim, as lágrimas podiam ser pérolas, quando
vertidas pelos bons, enquanto os maus choravam sapos e caganitas de ratos.
Também no fim das
embrulhadas os maus eram punidos duramente, enquanto os bons recebiam
recompensas mirabolantes… casas cobertas de pedrarias, príncipes ou princesas
para consortes, e quer eles, quer elas, também exemplos insuperáveis de
virtudes, beleza, juventude, graça… aliás era um estado de graça que ficavam
depois a viver para sempre…
Não sei muito bem
porque, e se o suspeito calo por não ter a certeza - aqueles contos fantásticos
que sempre tinham sentido e intenção acodem-me muitas vezes ao espírito.
Vejo as florestas de cobre em cada árvore que o Outono despe,
com o sol a incendiar os tons de laranja das folhas que esvoaçam e
também vejo as florestas de ferro em cada pinheiro ou eucalipto queimado,
ainda de pé e já sem mais esperança de verdes renovados…
Vejo a prata no brilho de cada copa florida de branco quando os frutos
são ainda promessas…
Sei, sabemos, como são comovedoras e belas – verdadeiras pérolas –
as lágrimas de ternura, e como são revoltantes, asquerosos como feios
repteis ou fétidos ratos os sentimentos maus.
No entanto, nas histórias reais também o bom e o mau – fadas e bruxas –
de cuja mistura todos somos feitos se degladiam dentro de cada um.
E, se ninguém encontra, quando passa a mão pela testa, a tal estrelinha
que dá imunidade e garante o bem, o prémio, o conforto depois de qualquer
légua de caminho, ou luta terrível com perigoso dragão
– não porque a estrelinha não existe – ela é o ideal porque se
orienta cada vida, para a qual se aponta o sentido de cada existência.
Por isso, à última hora, “in extremis”, quase sempre se salvava a princesa
idilicamente bela porque era a imagem daquilo que se propunha defender,
o Bem e a justiça, pelos quais lutava com resignação e coragem. Eis que,
compreendido ou não, cada um, tem que lutar e sofrer pela “estrelinha”
que o guia porque “in extremis” a fé o salvará.
Maria José Rijo
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Tempos livres...
Jornal Linhas de Elvas
Nº 1.852 – 29 de Agosto de 1986
A La Minute
Tempos livres
Andam e cirandam lá pelos corredores em pequeninos bandos. Andam contentes, trabalham e fazem obra asseada. Limpam os livros um a um e folheiam-nos procurando mazelas e defeitos que registam com minúcia. Como no todo elas são bastantes, a tarefa progride a jeito.
É tudo gente nova. Usam bibes e aventais para protecção das roupas de sair e ficam com um bonito ar de intimidade entre as estantes abarrotadas de velhas obras cheias de sabedoria.
Riem. Riem, como os pássaros cantam. A alegria é-lhes natural porque são novas. Tagarelam enquanto trabalham.
Ás vezes olho-as e digo qualquer coisa que provoca replica. São rápidas na defesa e no ataque.
São lúcidas. Fazem projectos em que entram os “proventos” a receber. Não sei dos seus anseios.
Não me abeiro da intimidade de nenhuma delas. As nossas relações limitam-se da minha parte, a faze-las interessar pelo projecto de trabalho em que se integram, e a parte delas, é a colaboração tanto mais válida, quanto melhor entenderem o que estão a fazer.
Já andam por lá como em suas casas, e é isso que é bom de ver.
Aquela vinda de grupo, aquele trabalho participado, aquela experiência diferente – torna-se numa recordação gostosa de evocar mais tarde, com filhos e netos – penso eu.
Têm caras engraçadas, cabelos longos ou curtos, silhuetas de juventude – tristeza no olhar – às vezes.
Bichanam-me ao ouvido apontamentos de vida sobre uma ou outra que começo a identificar por qualquer particularidade.
Aquela é casada. Aquela vai casar… Reparei nessa.
Destaca-se das demais. Não anda, esvoaça. Tem sempre assunto de conversa. Leva, para mostrar, com o enlevo de quem exibe tesouros, certidões e papelada que anda a preparar para o casamento. Perguntei-lhe a idade. Vinte anos, foi a resposta. Vinte vezes três – fazem os meus sessenta.
Parece, pelas contas, que eu deveria ser portadora de três vezes aquela alegria, três vezes aquela esperança, três vezes aquele gosto de rir.
Parece! … Mas apenas encontro em mim multiplicada, a ternura com que se olha qualquer menina que sonha a vida e dela espera confiante; de coração limpo, o seu lugar ao sol, o seu direito à Felicidade.
Maria José Rijo
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Parabéns Avelino
Quem foi que disse que quem não aparece esquece?
Quem quer que fosse enganou-se...
pois aqui estamos nós a dar um
abraço de Parabéns ao Avelino
com um cheirinho de Elvas
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Olhos azuis...
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CONVERSA DE VIZINHOS...
Jornal Linhas de Elvas
Nº 2.058 – 31 de Agosto de 1990
Á Lá Minute
Conversa de vizinhos
Dizia alguém, que ouvi, com muito fina ironia, que Portugal desde o 25 de Abril é, sem dúvida, o país que tem “produzido” mais políticos por metro quadrado.
Não consegui deixar de sorrir e de pensar se esta repentina erupção iria suplantar, ou já suplantou a nossa romântica queda para a rima e nos condenaria a perder o título de “pais de poetas”.
Depois ocorreu-me outra faceta nossa muito peculiar - a de sermos tão convictamente como os brasileiros – “um país de doutores”
Penso que há doutores com tanta profusão que já são acarinhados com diminutivos – para facilitar o trato – por “sotor” e “sotora”.
Em Coimbra, até era uso os carregadores de malas perguntarem às pessoas à chegada dos comboios: “O Senhor Doutor é caixeiro viajante?”.
Mas, em boa verdade, se somos assim irónicos e bem dispostos, somos, também, muito mais.
Somos parte de um povo engenhoso, inventivo e sábio que diz com segura dignidade a sua opinião sobre assuntos, por vezes polémicos, desde que a sofrida vivência de um dia a dia de consciente entrega, o tenha levado, embora empiricamente, a esse saber de experiência feito.
Sentada à porta, olhos perdidos na imensidade do horizonte, a minha vizinha Clemência, evocando a aprendizagem de vida dos seus oitenta anos dizia-me com convicção:
“Antigamente, a gente tinha os filhos, acareava-os ao peito. Arrimava-os à gente, dava-lhes de mamar. Levava-os para todo o lado nos braços, aconchegados no xaile.
As crianças até conheciam a gente pelo cheiro, como os bichos.
Agora, as crianças nem sabem de quem são. Mal nascem, vão para os infantários. Não conhecem os braços das mães.
Andam de carrinho. Mamam no biberão. Andam de mão em mão. Não têm dono, nem sabem a quem hão-de querer.
Depois, as mães choram e dizem que os filhos as desprezam.
O que é que esperavam?
Os meus não me querem aqui deixar. A toda a hora me vêm buscar, e os netos também. É uma luta para ficar uns dias aqui na minha casa.
Criei aqui os meus filhos. Pouco mais tenho do que o que veio comigo quando casei.
Nunca trabalhei para comprar tabaco, ir ao café, nem para camas de bilros e luxo.
Ensinei os meus a trabalhar e a trabalhar para se governarem.
Faço a minha lida. À tarde vejo um pouco de televisão. À noitinha sento-me à porta a gozar do fresco e entretenho-me a pensar coisas da vida.
Isto tem mudado muito…”
Os costumes, sim. A alma do povo – não!
Maria José Rijo
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Traços de vida...
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Histórias com mezinhas e receitas - 16
.Jornal Linhas de Elvas
Nº3.135 de 11 Agosto de 2011
Historias com mezinhas e receitas - 16
A CABEÇA DE XARA
Recentemente, numa reportagem de televisão vi e ouvi pessoas muito interessadas na receita dum petisco que acabavam de provar – cabeça de xára.
Como é evidente a cozinheira foi dando dicas sobre a maneira de confeccionar a iguaria, mas, quando chegou à minúcia dos temperos usados escusou – se com um sorriso a enumera-los dizendo que o segredo era a alma do negócio.
Pensei então que, apesar dos livros de cozinha oferecerem múltiplas soluções para quem tenha curiosidade sobre estes assuntos, nem sempre, os modernos processos nos conduzem aos resultados que a feitura lenta das pacientes receitas das nossas avós nos brindavam.
Confesso-me devota dessa confraria de petiscos inigualáveis que a carne de porco pode oferecer e lembro sempre um livro sobre gastronomia alentejana – Elucidário do Alentejo - do escritor Dr. João Falcato em que, um tanto à maneira franciscana ele alargara essa fraternidade aos porcos chamando-os de “nossos irmãos”por gratidão a tudo que do porco se aproveita e, a que logo o Senhor Padre Tomaz, homem inteligente e atento –figura de topo da cultura elvense, por essa época - veio ponderadamente refrear o entusiasmo que o levara a tão exagerado parentesco contrapondo bem humorados e sadios argumentos.
Mas… vamos à receita não antes de confessar que desde a Internet às minhas velhas enciclopédias e livros de receitas, por todas as maneiras ao meu alcance tentei perceber a razão da designação – cabeça de xára - sem o conseguir.
Xára - é um arbusto, como as estevas, vulgar nas Beiras.
Xára - é como no Brasil se designa o homónimo´
Na cozinha francesa diz-se “tete de achard”. Achard é um condimento originário da Índia resultante de frutos e vegetais confitados em vinagre.
Do meu ponto de vista nada disto tem que ver com a citada iguaria.
Também se diz xára ( segundo o dicionário De Morais) a animais de pêlo crespo – será por aí? -será referência ao porco e ao javali? - não sei !
Mas sei, com data de uma edição de 1904, a receita que uso e transcrevo. Escalda-se limpa-se e raspa-se de pêlos a cabeça do porco. Extraem-se-lhe os olhos e os miolos.
Salga-se de um dia para o outro com uma mistura de sal e salitre (eu uso apenas sal, o salitre serve para dar cor rosada às carnes)
Então, lava-se e vai ao lume a cozer com 2 ou 3 cebolas, 2 ou 3 grandes dentes de alho, um farto ramo de salsa, outro de salva e outro de mangerona e, ainda uns 15 a 20 grãos de pimenta, um copo de vinagre , dois de vinho branco e a água necessária para a cozedura até que a carne se separe dos ossos.
(Na receita antiga deitava-se também um ramo de lúcia-lima – que nunca usei)
Este tempero refere-se a quantidades de 2/3 quilos.
A meio da cozedura prova-se o caldo e corrige-se o tempero que deve ser forte visto que todo o molho depois será extraído ao meter nos cinchos, que são aqueles aros de folha onde se moldam os queijos.
Uma vez a carne cozida sacode-se dos temperos, retira-se do caldo que depois se côa em passador de pano e pica-se em pequenos pedacinhos que voltam ao caldo e vão de novo ao lume até abrir fervura. Temos então preparados os cinchos ou outras formas, forradas com guardanapos fervidos,( para não deixarem gosto) que se enchem, se apertam atando-os e colocando sobre eles um peso para que o caldo vá saindo e fique depois de frio – deve deixar-se de um dia para outro - uma espécie de queijo que se serve cortado em fatias finas. (Manda assim a tradição.)
Nota:
Eu, uso as latas das batatas”pringles”a que perfuro os fundos para que se possa escoar o caldo. Obtenho assim bonitos “paios”que dão um corte uniforme e muito conveniente. Não precisam de ser forrados, apertam-se comprimindo-se até com o fundo de um copo e depois de utilizados, deitam-se fora – aqui fica o meu segredo - e…bom apetite!
Maria José Rijo
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A PROPÓSITO...
Á lÁ Minute
Jornal Linhas de Elvas
Nº 2029 – 9 de Fevereiro de 1990
A PROPÓSITO
TIA SUSANA, MEU AMOR – é um belo livro de Alçada Batista, que acabo de reler com o mesmo interesse que já me suscitara da primeira leitura.
Que isto de gostar ou não de livros, tem que se lhe diga.
Cá por mim, até que me convençam do contrário, penso que a preferência com que se distingue um livro, ou este ou aquele autor, se filia no mesmo critério que na leva a escolher alguém para o nosso convívio.
Tem, penso, muito que ver com afinidades.
Pessoalmente, prefiro autores que escrevem como quem conversa, em tom coloquial. Que dizem o que têm a dizer sem empolamentos, sem teatralizar. Que contam as suas histórias deixando fluir as palavras como sendo as inevitáveis, como os rios que correm, porque têm de correr e mais nada.
Gosto que tratem os sentimentos sem espantos, como coisas naturais, coisas da vida que são, como é o nascer e morrer, o amor e o desamor.
Gosto quando não assumem a posição de juízes que se crêem fora de todas as contingências desagradáveis, porque essas, só são pensáveis para os outros.
Claro que também leio “os outros” como também me encontro e desencontro com “os outros” , que, só assim, é possível a escolha.
Nem é desses que falo. Refiro os outros que, como algumas pessoas, no segredo da nossa eleição, podemos considerar de: - íntimos, nossos!...
Jorge Amado, Eurico Veríssimo e muitos outros mais, também são desses. Dos que parece que sabem tudo de si próprios e por isso chegam tão bem à compreensão de toda a gente.
Não inventam histórias importantes, de maravilhar ou arrepiar. Falam da vida e, cada qual com a sua capacidade, encontra os sentimentos que lhe são próprios para as situações imaginárias. Autores que são capazes de ser humanamente fraternos, com os erros e grandezas de gente como eles mesmos, nunca se esquecem o que são.
Daí, talvez, que algumas personagens que erguem, se nos tornem tão familiares que quase nos pesa não termos os seus retratos à cabeceira, na parede da sala ou, tê-los na vizinhança ao nosso lado para virem à nossa casa de pantufas, irem atrás de nós à cozinha fazer um café, ou, adormecerem calmamente sentados na poltrona que escolhessem, ao serão, quando a conversa esmorecesse – tão reais se nos tornam!
É desses autores que eu gosto particularmente, daqueles que acreditam que confessado ou não, ninguém desdenha a fraternidade.
Talvez até se escolham livros e amigos que nos ajudem na procura da nossa plena identificação. Afastamo-nos de quem nos agride e faz descer nos ideais que perseguimos.
Talvez até, tudo aconteça em torno de um dado intrínseco, atávico, talvez, que pode ou não estar identificado na nossa consciência – a solidão de ser.
Talvez, mesmo a vida, seja simplesmente o percurso que nos levará até reintegrar na dimensão de infinito ou eternidade perdida para se poder dizer – Eu.
Talvez como essa individualização – ser é estar separado – nasça a irremediável solidão de ser que deslumbra e doe, mas dá campo à esperança, à fé, à compreensão, à ternura, à solidariedade, e a todos os sentimentos generosos e grandes que podem unir os homens durante a sua humana solidão.
Maria José Rijo