Maria José Rijo
Não sou princípio - Nem fim! -Sou um ponto no caminho- Daquela linha partida- Que vinha de Deus para mim!
Mote sem Glosa
Á LÁ Minute
Jornal Linhas de Elvas
Nº 1.906 – 18 de Setembro de 1987
“O Senhor da Piedade
Tem 24 janelas”
Fosse eu pomba, tivesse asas,
Que pousaria na Cruz
Porque fica acima delas.
Ás vezes, apetecia-me falar de Amor
do segredo de ser
da paz de quem se dá
e se reencontra limpo e renovado
que o Amor purifica e recria
com a força duma aurora
que da noite rasga o dia…
Ás vezes, apetecia-me falar de Amor
como o pressinto e sei
procura de perfeição
que se suspeita e sente
no dia a dia imperfeito
da condição de ser gente…
Às vezes, apetecia-me falar de Amor
amor que de si nos solta
e permite dizer; - “eu”
encarar o mundo em volta
chamar: “vida” – “minha vida”
à viagem de regresso
a esse Amor do começo
que foi ponto de partida…
Às vezes, apetecia-me falar de Amor
olhando a crista da onda
alta, bela, transparente,
imponente, tenebrosa
e dizer-lhe intimamente
com a inocência da rosa
ou a força da semente
sem palavras
( na cósmica cumplicidade
de me saber – nada –
e saber-me – eternidade )
olá, água! – olá, apenas água!
Vês?
Só na praia, como espuma,
Descansam vidas e marés
Às vezes, apetecia-me falar de Amor
sendo diferente
mas ajoelho, rezo o Teu nome bendito
-- Senhor Jesus da Piedade!
-- Senhor Jesus da Piedade!
Rezo e repito:
-- Senhor Jesus da Piedade!
e só assim – tudo está dito.
Maria José Rijo
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9 comentários
De Flor do Cardo a 11.09.2009 às 18:23
Belissimas fotos da nossa Igreja do Senhor Jesus
da Piedade.
Que saudades...
Obrigado amiga
Luciano
De Maria José a 19.09.2009 às 18:02
Não ando muito em forma, o que é natural com tudo o que tem sucedido ultimamente.
Um sobrinho de meu marido que viveu quase sempre connosco desde os dois anos - o meu Carlos Manuel -faleceu diz a autópsia que de enfarte.
Vivia só e, como dizia o nosso querido Amigo Dr. Falcato : - quem vive só não morre - aparece morto.
Tento arrumar esta terrível perda dentro de mim, mas já são tantos a quem disse adeus que não é possível fugir ao desconforto de alma.
Mas...o caminho é em frente . Mais ou menos felizes - caminhemos.
Deixo aqui toda a ternuro do meu coração para Aristeu , Magnólia, Gilinho aproveito a boleia porque a vontade de escrever é pouca. Vale a força do afecto que empurra a mão.
Um abraço grande, grande da
maria José