Maria José Rijo
Não sou princípio - Nem fim! -Sou um ponto no caminho- Daquela linha partida- Que vinha de Deus para mim!
A visita - começo como começam todas as visitas...
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Começo, como começam todas as visitas, por cumprimentar os donos da casa, e, muito especialmente, como no caso, quando tem que se lhes agradecer a deferência de se terem interessado pelo nosso estado de saúde.
Depois, qualquer assunto vem à baila; de preferência aquele, ou aqueles que tratam de interesses comuns.
Logo, portanto! – Jornais e notícias, que mais ou que outras coisa poderiam ser?...
Não tinha comprado o “Expresso”, por isso quando me enviaram uma mensagem de “felicitações” dizendo que, entre cinquenta, a cidade de Elvas era citada com décima segunda em qualidade, deduzi que era para provocar o riso a brincadeira.
E, ri , ri divertida.
Ora, aconteceu que me chegou às mãos o Linhas de Elvas que , faz capa com a reprodução da referida notícia.
Fiquei em pânico!
Eu sei que a oposição não poupa o governo – sei!
Mas, há sempre uma esperança de que enferme de algum exagero o que é dito por quem, prometendo fazer melhor, tente denegrir feitos de outrem, até por cobiça da importância dos lugares!
Talvez porque a esperança é sempre a última a morrer, mais ou menos todos vamos confiando que não seja tanto assim, ou assado...
Porém, quando, num país que tem cento e cinquenta e uma cidade, (informação colhida na Internet) Elvas está como a número doze onde se vive melhor, impõe-se a interrogação:
- Em que estado está realmente esse pais? - O nosso Pais?
Teremos que ser levados a concluir que a oposição é benevolente?
Começo a ter as minhas dúvidas.
Elvas, não tem industrias, não tem Maternidade, não tem transportes públicos, tem um Hospital, carente de valências, deixou de ter Regimentos, ficou sem a EDP, sem o Tribunal Militar, sem o café Alentejo, sem o Museu Municipal, sem o Grémio da Lavoura, sem o CICAE, sem os Despachantes sem...sem...sem...
Tem o Forte da Graça a cair aos bocados...( conservação de património? – só para rir!)
O centro histórico a desabar...
A Quinta do Bispo! Que a falência haja!
A belezura dos “bebedouros” na rua da Cadeia!
A obra da Praça, que arquitectos como Teotónio Pereira e Souto Moura Porto se recusaram a projectar – por anteverem as evidentes consequências...
A destruição do “leirão nº
(Consulte-se o que escreveu esse Homem ilustre de Elvas, que da sua terra tanto sabia, e, de quem não se fala - Dr. Joaquim Tomaz Pereira)
História que a ignorância vai destruindo sem dó...
As construções a crescer - quase - em cima do Aqueduto!
O desleixo que deixa as ervas cobrirem e devastarem o dito Aqueduto - esse monumento - que não se entende não esteja considerado entre as dez novas Maravilhas que se pretendem classificar.
Uma espalhafatosa “fonte rotunda” que se arroga mais importante que o majestoso Aqueduto (cuja perspectiva encobre) como se Elvas fosse uma cidade termal...
Resumindo e concluindo: - se isto é o melhor – que Deus nos acuda! – Porque, só não vê, quem não quer ver, que Elvas, é, cada vez mais, um subúrbio de Badajoz.
Um decadente arrabalde do que foi um ponto histórico fulcral num País onde todos se orgulhavam duma soberania portuguesa
que aos poucos se esvai, como o sangue dos seus heróis que por ela morreram ensopando os campos de batalha.
Maria José Rijo
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Elvas 14 de Janeiro 2007
Jornal o Despertador
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1 comentário
De Manuel Bastos L.M. a 14.07.2007 às 20:46
Que temas bem pensados e repensados.
Excelente forma gramatical deste belissimo
português.
Bem haja Maria José Rijo por este seu blog.
Tem aqui textos que são quase patrimónios da palavra, dos nossos Lusiadas...
Parabens
admirador ja seu desde já
L.M